South Carolina

Columbia Skyline

Esta semana viajámos até ao estado da Carolina do Sul. Situado a este do país, é banhado pelo oceano atlântico, limitado a sul e oeste pelo estado da Geórgia, e a norte pela Carolina do Norte, pois claro. É um estado pequeno, em área fica na 40ª posição do ranking, no entanto, chega a ter 4 625 364 habitantes (sensus de 2010) o que faz dele o 24º mais populoso.

A região que atualmente constitui a Carolina do Sul fez parte inicialmente da colónia inglesa de Carolina, nomeado em homenagem ao rei Carlos II de Inglaterra. Em 1712, a colónia de Carolina separou-se em duas distintas colónias, a Carolina do Norte e a Carolina do Sul, esta já com seus atuais limites territoriais. A Carolina do Sul foi a primeira das 13 colónias a declarar independência da coroa britânica, durante a revolução americana.

O cognome da Carolina do Sul, The Palmetto State, originou-se durante a guerra pela independência. Palmetto é uma palavra inglesa que em português significa palmeira, uma árvore abundante neste estado. Já o nome Carolina, foi dado pelo, na altura, Rei Carlos II de Inglaterra em homenagem ao seu pai Carlos I, sendo que Carolus é latin de Carlos.

As principais cidades e mais populosas deste estado são a capital, Columbia, com cerca 130 mil habitantes, e a cidade costeira Charleston com 120 mil . É precisamente na capital Columbia onde se centra a principal cena musical, muito por culpa de pessoas como Ernest Green (Washed Out) que estudou na Universidade da Carolina do Sul, e também por Chazwick Bundick, (The Heist and the Accomplice \ Toro y Moi \ Les Sins).

Chaz Bundick

Conhecemos a editora Fork and Spoon, sediada em Columbia, e gerida por  Jordan Blackmon (Toro Y Moi \ Pussy Wizard \ No Way Jose!), Aaron Graves (Those Lavender Whales, No Way Jose!) e Chris Gardner (Those Lavender Whales, No Way Jose!). Começou em 2003 por ser um conjunto de amigos que tocavam juntos, mas aos poucos começaram a gravar, e funcionam como editora desde 2010 sempre mantendo o sentido de comunidade e amizade. Quem também assina pela Fork and Spoon é Coma Cinema, projecto formado em 2005 por Mat Cothran. Ficámos também a conhecer o seu projecto paralelo Elvis Depressedly, que acaba lançar um conjunto de canções, num trabalho intitulado “Mickey’s Dead”. Surpreendentes,  foram também os Gremlins, outro projeto com Mat Cothran, desta vez em quarteto, onde se junta a Sam Ray, Patrick Jeffords e Katie Lee, e acabam de lançar o primeiro EP.

No Way Jose! (Chris Gardner, Thomas Gilbert, Jordan Blackmon e Aaron Graves)

Tivemos tempo ainda de visitar a cidade de Charleston. Lá encontrámos os Run Dan Run, formados em 2006 por Dan McCurry, Ash Hopkins, e Nick Jenkins, e que lançaram este ano o disco “Normal“. Visitámos a sede este da Mirror Universe Tapes, que alberga os Kid Trails. De Charleston são também os Heyrocco, banda que ao que parece com muito hype nestas bandas… No fim do dia ainda deu tempo para ir molhar os pés ao oceano atlântico! Para a semana seguimos para norte.

Charleston

  1. Toro Y Moi – Ekleton
  2. The Heist and the Acomplice – Calm Concern
  3. Pussy Wizard – Black Eyes
  4. Coma Cinema – Eva Angelina
  5. Elvis Depressedly – Daughter of a Cop
  6. Pandercakes – Paint my Numbers
  7. Gremlins – Main my Bitch
  8. Those Lavender Whales – Sleeping Is So Easy
  9. No Way Jose! – Peachfuzz Cobbler
  10. The Choir Quit – Dusted Ground Dusty
  11. Kid Trails – Managers\Animals
  12. Run Dan Run – Box-Type Love
  13. Heyrocco – Young
  14. Slow Runner – Make u Love Me
  15. Les Sins – Lina

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#05. Kentucky

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1. Idiot Glee – Trouble at the Dancehall

2. Nerves Junior – As Bright As Your Night Light

3. The Apparitions – Electricity + Drums

4. These United States – First Sight

5. The Fang Robot – Darkness is a Rider

6. Marbles – Go Marily

7. Robbert Bobbert & The Bubble Machine – We R Super Heroes

8. Matt Duncan – Summer Song

9. Goldenrog – Molecules

10. Ben Sollee – Prettiest Tree on the Mountain

11. Dylan Sizemore – Ballon Song

12. Stadio Olimpico – Naming Rollercoasters

13. VHS or Beta – Breaking Bones

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#04. Ohio

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1. The Black Keys – Tighten Up

2. Drummer – Feel Good Together

3. Pomegranates – Everybody Come Outside!

4. Revenge Pinata – Apollonia

5. Way Yes – Walkability

6. Super Deserts – Ibiza

7. Times New Viking – Ever Falling In Love

8. Like Bells – Sea Salt

9. Herzog – West Blvd

10. Craig Ramsey – If You Won’t Try

11. Bears – Never Have to Guess

12. Mr. Gnome – Bit of Tongue

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#03. Michigan

Detroit skyline

Na terceira etapa do estado 51, viajámos para Michigan. Depois de termos passado por Erie, e contemplar-mos o majestoso lago de Erie. A ideia inicial era atravessá-lo de barco, mas na falta de ligações, decidimos sobrevoá-lo. Um lago que durante o inverno está gelado, no verão existe que o aproveita para nadar, nas mais diversas praias existentes ao longo da costa. O Michigan está localizado na região dos grandes lagos, sendo limitado por quatro, o Superior, Michigan, Huron e Erie, sendo o lago Ontario o único que não delimita o estado de Michigan, ficando mais a este. Possui ainda um outro lago, que une o lago Erie e o lago Huron, o belíssimo lago Saint Clair. Por tudo isto, Michigan é também denominado como o estado dos grandes lagos. Outro cognome menos conhecido de Michigan é Water Wonderland, por causa da sua abundância em água, de notar queu a área ocupada por lagos e rios é cerca de 50% da área total. O estado de Michigan consiste um duas penínsulas, separadas pelo estreito de Mackinac. Em termos populacionais é o oitavo maior estado dos E.U.A.. A sua capital é Lansing, mas a sua maior cidade é Detroit.

Os Grandes Lagos vistos do espaço

Começamos a viagem em Detroit. Uma cidade histórica, conhecida por ser o centro industrial automobilístico, a Motor City. Muito por culpa de um tal de senhor chamado Henry Ford (1863-1947), fundador da Ford Motor Company, do modelo T, e toda subsequente revolução através da sua técnica de produção em massa. Na mesma data da criação do primeiro Ford T, 1908, William C. Durant fundava a General Motors. Esta cidade também ficou conhecida por ser sede da editora Motown Records, criada nos anos 60 por Berry Gordy, Jr., com músicos proeminentes como Stevie Wonder, The Temptations, The Four Tops, Smokey Robinson & The Miracles, Diana Ross & The Supremes, ou Marvin Gaye.

The Supremes – Motown

Um dos nossos músicos preferidos nasceu em Detroit. Sufjan Stevens, agora a morar em Brooklyn, já desde o ano 2000 que tem vindo a lançar grandes discos, entre os quais, em 2003, um intitulado “Michigan”. Depois de uma fase mais acústica, surpreendeu tudo e todos no ano passado, com “The Age of Adz”, um disco inspirado nos desenhos apocalípticos de Royal Robertson. Um disco que se distinguiu dos anteriores, pela sua sonoridade mais electrónica, a orquestração esquizofrénica, e toda a parte cénica que tão bem resulta ao vivo. De resto, Sufjan Stevens, um pouco como o Estado 51, também teve um projecto que consistia em lançar um disco por cada estado norte-americano, mas que passado não muito tempo, viria a abandonar. Nessa sua aventura, ficaram ainda os registos de “Illinois”, e o supracitado “Michigan”.

Sufjan Stevens

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Say Yes to Michigan!… check!!!

Acabámos de dizer sim a Michigan!… Por entre Ann Arbor, Ypsilanti e Detroit, fazemos agora actualizações, e em breve o podcast e todas as novidades

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#02. Pennsylvania

Philadelphia Skyline

Saídos de Baltimore, e do estado de Maryland, percorremos a Interstate 95 rumo ao estado da Pennsylvania. Apontámos a nossa bússola a Norte e dirigimo-nos até à maior cidade do estado, Philadelphia. Passando ao lado do Delawere e ainda do “português” New Jersey, o desafio era ficar a conhecer um pouco melhor a Pennsylvania. Este é um estado bem antigo, onde a história é algo muito presente, com marcas da guerra civil bem cravadas – entre outras, foi na Pennsylvania que se deu uma das maiores e mais sangrentas batalhas da guerra civil americana, a batalha de Gettysburg. Corria então o ano de 1863, e este foi o ponto culminante da segunda invasão do Norte pelo exército confederado do general Robert E. Lee.
Mas a história da Pennsylvannia começou muito antes, no século XIX. Parte da área que agora corresponde à Pennsylvania e ao Delaware foi inicialmente colonizada por suecos e neerlandeses, tendo sido posteriormente excluídos da região pelos britânicos. Em 1861, uma dívida do então rei britânico ao Almirante William Penn levou a que este pedaço de terra fosse concedido ao filho do almirante; esta região, densamente florestada, ficou então conhecida como a Floresta de Penn, ou Pennsylavnia. Mas não tardou a que o estado fundado pelo quaker Penn se rebelasse contra o domínio inglês: a Pensylvannia foi uma das Treze Colónias Britânicas que estiveram envolvidas na Guerra da Independência dos Estados Unidos da América. Foi, de resto, aqui que os founding fathers prepararam a Declaração de Independência e a Pensylvannia foi o segundo estado a ratificar a constituição norte-americana.

Batalha de Gettysburg

Para além da cidade de Gettysburg, entre as cidades mais importantes do estado estão Philadelphia (a mais populosa), Pittsburgh (o centro educacional), e claro, Harrisburg (a capital do estado). Philadelphia, para além de ser a maior cidade, é também o centro artístico e cultural do estado. Possui um dos maiores museus dos E.U.A., o Philadelphia Museum of Art, celebrizado cinematograficamente pelos filmes “Rocky” onde se podia ver Rocky Balboa treinando por Philadelphia em corridas que terminavam pelas suas escadas acima. Nesta cidade foram, aliás, filmados inúmeros filmes, entre os quais o próprio “Philadelphia” (que valeu um óscar a Tom Hanks), diversos filmes de M. Night Shyamalan (criado nesta cidade) como o “Sexto Sentido” , “O Acontecimento”, “Sinais” ou “A Senhora da Água”, e muitos outros títulos famosos do cinema, onde se incluem títulos como “Ricos e Pobres”, “A Guerra das Rosas” ou “A Testemunha”.

Rocky II (1979)

Pennsylvania foi ainda o berço de inovações no mínimo curiosas. Nos inícios dos anos 40 do século XX, em Philadelphia, o engenheiro naval Richard James inventou um brinquedo que foi um sucesso imediato. Chamaram-lhe slinky ou lazy Spring, por cá mais tarde viríamos a chamar-lhe “onda mania”. O brinquedo consistia numa mola helicoidal que esticava e encolhia, permitindo uma série de truques (o mais famoso terá porventura sido a descida de escadas degrau a degrau). Foi um êxito tão grande que, assim que foi colocada à venda, todo o stock de 400 unidades esgotou em 90 minutos!
Outra das invenções que para sempre vai ficar associada à Pennsylvania é o Zippo. Desta vez em Bradford, George G. Blaisdell fundou a Zippo Manufacturing Company em 1932, produzindo o primeiro isqueiro Zippo em 1933. Hoje ao alcance de todos, é a paixão de muitos coleccionadores por todo o mundo.

Slinky, a fazer crianças felizes desde 1945

A herança musical deste estado remonta à era colonial, principalmente a herança no panorama jaz (foi lá que John Coltrane se destacou), mas também na música clássica, na ópera, no R’n’B… Importantes também foram os movimentos indie rock, punk e new wave, e principalmente o desenvolvimento  da música e cultura hip-hop. Existe um grande número de músicos notáveis na área de Philadelphia e nos diversos géneros que aqui se desenvolveram: John Coltrane, Chubby Checker, Stan Getz, Jill Scott, The Roots, Will Smith, King Britt, G Love & Special Sauce, Daryl Hall & John Oates, Patty Labelle,  Sister Sledge, Teddy Pendergrass, entre outros.

John Coltrane

Nomes como Kurt Vile ou Alec Ounsworth destacam-se na cidade de Philadelphia. Em comum têm o facto de não só terem carreiras a solo mas também pertencerem a bandas relativamente bem sucedidas.
Antes de se dedicar à sua carreira a solo, Vile ajudou à criação dos The War on Drugs com Adam Granduciel; apesar de entretanto ter saído, a banda continuou e acaba de lançar Slave Ambient, pela Secretly Canadian.
Já Ounsworth participa em inúmeros projectos, desde os Clap Your Hand Say Yeah, aos Flashy Python ou ainda Pelican Picnic, isto, claro, em paralelo com a sua carreira a solo.
Descobrimos ainda o talento de Corey Duncan, ex-guitarrista dos Pattern is Movement, e agora responsável pelo novo projecto Oh! Pears onde colabora com mais uma dúzia de artistas. Denominador comum entre Corey Duncan, Vile e Ounsworth parece ser o produtor Jeff Zeigler, responsável agora pelo recente single de Oh! Pears. A sonoridade lembra muito a de Beirut, mas existe um certo travo de música clássica a que a formação musical de Duncan não será alheia (nomes como Tchaikovsky, Brahms ou Ravel figuram nas suas principais influências).
No mesmo espírito de ensemble estão os Cuddle Magic, um projecto que começou com uma dúzia mas que agora parece estar restrito a dez elementos. Para além de todas as afinidades de gostos musicais, une-os o facto de todos terem uma formação específica para instrumento, o que permite uma incrível panóplia no seio da banda. Divididos entre Philadelphia e a não muito distante New York, preparam-se para editar o seu terceiro disco (e não o segundo, como anunciámos no programa), Info Nympho, onde dizem ter capturado o som da banda enfiando-se todos dentro de um estúdio e gravando simultaneamente todos os instrumentos. O disco será completamente analógico, sem o recurso a computadores, mas com recurso aos amigos e benfeitores que os queiram ajudar no seu projecto Kickstarter, que podem encontrar aqui!
Quase a sair da cidade, ainda nos surpreendemos com uma das mais recentes aventuras musicais em Philadelphia. Mister Heavenly junta Honus Honus (Man Man), Nicholas Thornburn (Islands, The Unicorns) e Joe Plummer (Modest Mouse, The Shins) num supergrupo que deu muito que falar no final do ano passado, não só por abrirem para os Passion Pit, mas também por a eles se ter juntado o actor Michael Cera no baixo. Para 2011, a banda promete finalmente lançar um disco (Out of Love, que sairá em Agosto) e começou o ano mostrando alguns temas do mesmo, incluindo “Pineapple Girl” que pudemos partilhar hoje.

Mister Heavenly

1. Cold Cave – The Trees Grew Emotions and Died [Love Comes Close, 2009]
2. Kurt Vile – Don’t Get Cute [Constant Hitmaker, 2008]
3. The War on Drugs – Comin’ Through [Future Weather, 2010]
4. Oh! Pears – Under the Olive Trees [Under the Olive Trees, 2011]
5. Pattern is Movement – Bird [All Together, 2008]
6. Sun Airway – Put the Days Away [Nocturne of Exploded Crystal Chandelier, 2010]
7. Tickley Feather – Fancy Walking [Tickey Feather, 2008]
8. Eat Your Birthday Cake – Poor Young Werther [Enemies, 2011]
9. Cuddle Magic – Paris Happydent [Info Nympho, 2011]
10. B.C. Camplight – Soy Tonto! [Blink of a Nihilist, 2007]
11. Mister Heavenly – Pineapple Girl  [Pineapple Girl EP, 2011]
12. Alec Ounsworth – South Philadelphia (drug days) [Mo Beauty, 2009]

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On the road to… Pennsylvania!

Depois de Maryland, percorremos a Interstate 95 em direcção a norte, e entramos no estado da Pensilvânia, com chegada a Filadélfia. Sábado, dia 30 de Julho, não percam a emissão em http://www.ruc.fm , ou em 107.9 MHz. Se por acaso não conseguirem, não percam o nosso podcast, justamente aqui.

Estado 51, para seguir todos os Sábados, às 17 horas, na Rádio Universidade de Coimbra.

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#01. Maryland

Wye Oak - árvore símbolo de Maryland

O Estado 51 começou a sua “peregrinação” pelo estado de Maryland. Localizado na região “Mid Atlantic”, este estado é muitas vezes denominado por old line state, free state ou ainda de Chesapeake bay state.  Com uma baía fantástica, este estado apresenta uma topografia muito variada, podendo encontrar-se florestas, dunas, pântanos e imensos rios e ilhas. Não é por acaso que também tem a alcunha de american in miniature¸ pois neste estado podemos observar praticamente todos os biótopos da grande nação americana. Em Maryland fervilha a inovação e investigação de ciências da vida – o estado tem a particularidade de albergar mais de 350 empresas de biotecnologia.

Baltimore Skyline

Apesar da capital deste estado ser Anapolis, a sua maior cidade é Baltimore, com quase 6 milhões de pessoas. Baltimore é o grande centro cultural deste estado, e é lá que encontramos a principal cena musical. Este é uma cidade cheia de tradições, histórias de guerra, e, claro, caranguejos azuis! É das cidades preferidas para rodar filmes e séries, entre as mais conhecidas “Perigo Público”, “Eraser”, “12 Macacos”, ou ainda a muito premiada série policial “The Wire”.

Em Baltimore a música já dava que falar no século XIX – começou por ser palco do negócio de publicação de pautas musicais, e um dos principais centros de fabricação de pianos. Habitualmente o género  mais associado a Baltimore são o blues, rock, r&b, ragtime, o jazz e toda a natureza misteriosa e negra associada a esses géneros. Nomes como os The Orioles, Eubie Blake, Billie Holiday, David Byrne, Cab Calloway, DMX, “Mama” Cass Elliot, Philip Glass, Ric Ocasek, Greg Puciato (The Dillinger Escape Plan), Robin Quivers, Sisqo, John Waters, e Frank Zappa, todos nasceram ou passaram um tempo significante em Baltimore.

The Orioles

Pois é, mas a verdade é que estamos no séc. XXI, e com a internet, myspace, bandcamp, blog’s, redes sociais, neste momento presenciamos a um boom de criatividade explosivo. Já é impossível andar em cima de tudo, e cada vez mais um apaixonado por música tem de se focar nalgum lado, em algo que mais gosta. Com a generalização da designação indie, surgem agora cada vez mais diy, músicos que não estão com meias medidas e produzem os próprios trabalhos. Em Baltimore há muito disso como é óbvio, não se alheando ao que acontece um todo por todo mundo, e em especial nos Estados Unidos de América. Em Baltimore encontrámos muitos freaks, muita gente boa, uns completamente experimentais e esquizofrénicos, outros com os pés no chão e atinados. Partilham obviamente a vontade de viver exclusivamente da música, da arte, algo que nem sempre é possível, mesmo nos tempos que hoje correm. Um exemplo disso mesmo é o Wham City, um grupo de aristas independentes, com grandes laços de amizade, que junta forças para colaborar uns com os outros, ou simplesmente colaborarem sozinhos. O grande lema do grupo é o constante fluxo de ideias e projectos, sem qualquer limitação estética. Fazem performances de arte, teatro, espectáculos de moda, concertos, festivais, livros, entre outras redes cibernéticas, no intuito de criar e dinamizar uma comunidade artística.

Wham City website

Wham City

“Wham City is what makes me feel like I don’t have to be disappointed in my life.”

— Connor Kizer

Pelas avenidas de Baltimore, algumas editoras também nos captaram a atenção. A partir de ideais semelhantes aos da Wham City, a Wildfire Wildfire surgiu com um propósito de revolução. Gerida pelos amigos Devon Deimler, Matthew Papich, Michael Petruzzo, Kieran Gillen e com a colaboração de centenas de outros amigos, esta equipa de produção incopora também gente da Wham City como Dan Deacon, Santa Dads ou Video Hippos. Na página da editora podemos ficar a conhecer os seus artistas e projectos, entre arquivos e notícias. Como no site se deixa bem claro, “business hours are over”, isto é, grande parte do espólio da editora esgotou, pelo que deixaram de vender os álbuns online. Fica a recomendação de procurarem ver os desenhos existentes em arquivo e o desafio de conseguir encontrar algumas das edições da Wildfire Wildfire nas lojas de música independente de Baltimore.

Wildfire Wildfire website

A Família Wildfire Wildfire

Ficámos ainda a conhecer a curiosa história por detrás da Friends Records, editora gerida por dois amigos – Brett Yale e Jimmy MacMillan. O primeiro escreve e dirige há muito um dos mais conhecidos blogues especializados na música de Baltimore – Bmore Musically Informed -; o segundo trabalha numa loja de discos na baixa de Baltimore. Da amizade entre os dois, mas muito particularmente da amizade entre eles e muitos músicos de Baltimore, resultou a ideia de editar e distribuir alguma da melhor música feita na sua cidade. No portfolio da editora constam lançamentos de nomes como Future Islands, Weekends, Moss of Aura, Secret Mountais e Holy Ghost Party, entre outros. Os formatos variam do velho vinil, à verdadeira cassete, ou, claro, a via digital. A ideia não passa por grandes lançamentos, mas antes pela edição de pequenas pérolas musicais. A não perder de vista o blog da editora (http://friendsrecords.tumblr.com), em constante actualização.

Friends Records website

Por fim, um destaque incontornável para aquela que será, actualmente, a banda mais bem sucedida da cena alternativa de Baltimore – os Beach House.  A banda surgiu em 2004 na cidade de Baltimore, e ao longo destes sete anos tem conseguido uma consistência impressionante e um considerável sucesso comercial. Victoria Legrand, que cresceu entre Paris e Philadelphia, mudou-se em 2004 para Baltimore e foi já encantada com a atmosfera da cidade que conheceu Alex Scally. Em 2006 lançaram o álbum de estreia homónimo, um dos melhores do ano para a crítica especializada. A simplicidade dos arranjos e a voz de Victoria rapidamente catapultaram esta dupla para um patamar superior, no qual se mantiveram com as consequentes edições de Devotion (2008) e Teen Dream (2010). Apesar de todo o sucesso que têm obtido, a banda continua com os pés bem assentes na terra e na cidade onde “nasceram”, colaborando e convidando frequentemente novos e emergentes projectos de Baltimore para a eles se juntarem – um exemplo de como Baltimore continua efervescente e se recomenda!

Beach House - Alex Scally e Victoria Legrand

  1. Wye Oak – Two Small Deaths [Civilian, 2011]
  2. Dan Deacon – Wham City [Spiderman of the Rings, 2007]
  3. Jana Hunter – K [Blank Unstaring Hairs of Doom, 2005]
  4. Lower Dens – Two Cocks [Twin-Hand Movement, 2010]
  5. Video Hippos – Bear Fights [Unbeast the Leash, 2007]
  6. Santa Dads – Lion Song [The End, Part Two: The Beginning, 2007]
  7. Future Islands – Tin Man [In Evening Air, 2010]
  8. Secret Mountains – Gate Gate Paragate [Caddish, 2010]
  9. Beach House – Zebra [Teen Dream, 2010]

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Começamos a viagem em… Maryland!

Estado 51 começa a viagem pelo “old line state”: Maryland, no próximo Sábado, 16 de Julho, às 17h.

Para seguir viagem, todos os Sábados durante este Verão, na nova grelha Rádio Universidade de Coimbra.

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